quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Aprendendo em doses homeopáticas...

Não sei ser só, não ser feliz só, só não sei ser só, só não sei se feliz, não sei, só.
Não plantei uma árvore, não tenho projeto de escrever um livro, não sou mãe, não fiz nada grandioso, não sei se daria conta de fazê-lo, não, não, não...
Sabe o que eu não sei? O que eu não li, não vi, não vivi.
Sabe quanto é isso?
Muito!
As vezes eu desperto com a impressão de que os dias não mais tão longos. Quando eu começava uma brincadeira eu terminava de brincar um tempão e mamãe me chamava para tomar banho, hoje eu apenas tomo banhos, já não brinco, mamãe não me chama e há tempos não tenho um tempão.
De que adiantariam hoje os dias longos? Com que eu preencheria tanto tempo se tempo eu tivesse de sobra?
Encheria de que as tardes em que eu tomava sol se hoje nem de tomar sol eu gosto mais?
Encheria de que as noites em que conversava com as amigas se hoje, nem as amigas são tantas nem há mais nas poucas que ficaram uma vontade de conversar por tanto tempo?
Encheria de que a minha vida inteira que hoje é só metade?
O que eu faço o que eu como, o quanto eu ando, o quando eu ganho, o quanto eu perco.
Estou um tanto farta das medidas, estou amarga das despedidas e desencontros.
Estou ao meio, alguém de alguém e ninguém sem o outro.
Eu sou a filha, a irmã, a sobrinha, a prima, a amiga, a namorada, a colega, a conhecida, a vizinha, a fulana.
É uma tentação não ser ninguém e quando se é, entristece.
Eu queria ser ninguém quanto apontam a pessoa mais bonita, mais simpática, mais bem sucedida, queria pra isso ser esquecida.
Eu queria ser alguém quando se recordam momentos felizes, quando se admite uma boa atitude, queria ser alguém quando todo mundo também queria.
O sim e não sempre tão próximos como o amor e o ódio vão tomando proposções tão maiores quando se é de fato maior.
Antes eu não tinha pressa, hoje é tudo o que eu tenho.
E pra onde eu corro?
Não sei.
Nem pra onde caminho e quando deixo de caminhar para corres, não sei pra onde corro, pra quem eu corro, quando é que posso parar uma corrida que eu nem se quer entendo porque comecei.
Sei que nada sei parafraseando alguém que eu não sei quem.
E tudo o que é sei é que não sei ser só, não ser feliz só, só não sei ser só, só não sei se feliz, não sei, só.
Não sei...




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