sábado, 11 de fevereiro de 2012

Desde sempre

São tantas coisas
São tantas falhas
São tantos dias

São tantas horas
São tantos passos
São tantas trilhas

São tantos sonhos
São tantas noites
São tantos dias

São sempre bobos
São sempre falhos
São sempre intrigas

São sempre demônios
São sempre mágoas
Sempre melancolias

Que serão sempre vagos
Frouxos laços que desprendiam

Hoje sabemos
O que não queremos
O que se dizia

São meus poemas
São meus cansaços
As agonias

Que dirá ela que de mim esperava mais risos altos, mais energia?
Dirá que foram anos loucos, nada dourados, uma fantasia
Que dirá ele dos curtos passos, do que eu faria?
Dirá que disse, que me avisou, que já sabia

sábado, 5 de março de 2011

Existe a possibilidade de uma pessoa ter nascido apenas para si, sem conseguir compartilhar seu "eu" com mais ninguém ?
Há dias em que eu não quero se quer falar... Levantar ou não por ora não está em minhas mãos, quem sabe quando eu for rica...
Acordo , me lanço até o trabalho e cumpro com meus afezeres, que em nada se parecem com os que pensei que teria quando aceitei o trabalho.
Depois, na hora do almoço, há dias em que como sem sentir o sabor, sorrio com as demais funcionárias sem atentar a absolutamente nada do que dizem , eu não queria estar ali.
E me pergunto diante de tanta insatisfação... O que, por Deus do céu, me faria satisfeita ?
Não faço idéia...
Tem gente que quer uma carro, uma casa na praia, casar-se. E eu ? O que eu quero ?
Devo ter centenas de posts como este no futuro, porque andar por ai sem rumo, poxa vida, já era para eu ter superado isso.
O que define o estilo de um escritor, seja ele botequim ou academia brasileira ?
Tanto que eu não sei, opero ou não os meus olhos, arrisco ou não ver com os olhos de outro alguém ?
Confuso, complicado e assustador.
Quando eu era criança, cronologicamente criança... Me perguntava qual seriam os nomes dos meus filhos, e cá estou eu, que de tanta preocupação com o mundo que em nada me agrada nos últimos anos, se quer consigo pensar em ter um filho...
Como é que mudaram tanto os meus planos de felicidade plena em uma casa simples ?
Um dia eu seria aquela de antes com mais idade e maturidade mas com sonhos vivos como os que tive no passado ?
Alguém me dá a mão nessa de ser " a ingrata " porque sim, eu tenho um teto, um emprego, uma família e os braços e as pernas e mesmo assim... Deixa pra lá...
Abraços

quinta-feira, 25 de março de 2010

Reação.

Infelizmente sempre repito o mesmo registro estupido. Eu realmente não existo, não de verdade. Como posso explicar ?
Vamos a tentativa: realmente sempre me preocupo demais com o bem do próximo, mesmo que o próximo não me seja assim tão próximo. e dá sempre na mesma, começo a me envolver demais com as histórias dos demais, faço com que sejam parte da minha história, e depois, eles vão construindo uma nova página e viram aquela em que meu nome constava dos autos...
Como podem todos serem capazes de simplesmente alterar o percurso e eu fica aqui, seguindo na estradinha mediocre?
Diga-se de passagem eu tenho tudo o que alguém precisa. Família, emprego (ainda que não seja o meu emprego dos sonhos), namorado, até amigos... Mas, sou infeliz...
E porque ? Como ceder aos encantos da vida e arder por cada uma das manhãs ?
Como deixa de ser egoísta e ser mais sedenta por conquistas, por renovações, inovações,?
Como ser tomada por uma ânsia de acordar e vencer?
Não consigo !
Já fiz de tudo o que me propuseram: fui ao médico, iniciei um tratamento medicamentoso, faltaram terapias, e finalmente cheguei a me sentir bem por algum tempo.
Hoje, não ha remédios, não há pessoas, não há nada... Nada faz com que minha angustia diminua, nada faz acontecer em mim uma dose diária de alegria, nada faz com que eu tenha um tantinho de felicidade estântanea que seja.
E o que fazer?
Já não sei se quero mais conselhos sobre isso, sobre um centro, uma igreja, um terrero ou qualquer coisa que tire de mim os maus espiritos, fluidos e energias carregadas de um mal estar profundo. Já não sei mais quem está do meu lado, quem eu deixo invadir o meu espaço e cuidar de mim.
Quanto tempo mais ficarei nesse estado estático mesmo tendo a certeza de que algo precisa realmente mudar em mim, para mim, agora, pra ontem?
Não sei!
Não sei !
Mesmo.
Só sei que enquanto tudo isso não passa, enquanto tudo isso não cessa, não diminui... Escrevo, aqui, em folhas soltas que eu jogo por ai... Escrevo pro vento e para os leitores poucos que passam por aqui, sem esperanças de que comentem piedosamente, sem querer que atentem ao desespero das linhas , escrevo, apenas...
Abraços

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Bonequinha e o Pierrot

Já faz tempo mas ainda me lembro como se tivesse acontecido ontem mesmo, uma vez, depois de uma mudança, veio parar em minhas mãos, como um presente, uma boneca.
Eu não sabia exatamente do que era feita, parecia porcelana. roupinhas delicadas, longos cabelos claros, olhinhos pequenos mas bem traçados.
A Bonequinha parecia nem se dar conta de quão bonitinha era, tinha uma expressão triste que as vezes me dava vontade de chorar com ela recostada sobre meu colo, enquanto nos fitavamos, frente a frente.
Percebi então que tinha com a boneca uma relação engraçada, ao contrário dos outros brinquedos e dos demais presentes que já havia ganhado com aquela eu tinha um cuidado especial.
Nem sempre estava com ela nào, tinha medo de que alguma coisa acontecesse, pois igual não seria fácil encontrar, afinal, quem saberia dizer de onde é que tinha aparecido a dita cuja.
Então, pegava ela de vez em quando, rapidamente cuidava para que ficasse arrumada, tinha com ela uma conversa, por mais insano que isso pareça e a guardava na prateleira.
Um dia, sem mais, com um aperto no coração, recolhi do chão a Bonequinha.
A pobrezinha depois de tantos anos havia se espatifado, sem explicações plausíveis.
Só sei dizer que ela se partiu em milhões de pedacinhos que eu carinhosamente passei dias e dias colando um a um.
Sabia que depois daquilo ela não seria mais a mesma, e a expressão que antes era triste conseguira ficar ainda mais triste.
Lembrei-me então de um Pierrot que tinha há muitos e muitos anos, dos tempos em que guaraná ainda era tampado com rolha como dizem por aí. Então, tive a idéia de colocar ao lado da Bonequinha o tal Pierrot "apaixonado".
São engraçadinhos os Pierrot`s justamente por sua tristeza, a lágrima marcada no rosto que só se percebe feliz depois de quem sabe abrir um sorriso.
Nunca entendi porque me separei daquele Pierrot, eu realmente gostava dele mas, sei lá, quando me dei conta ele estava no baú fazia muito tempo, então, limpei-o e o coloquei ali na prateleira, ao lado da Bonequinha.
Alguns dias se passaram e algo me dizia que os dois ficariam amigos, e então tempos mais tarde namorados... Inocência de quem ainda dá uma de casamenteira com os brinquedos, ainda que sejam apenas brinquedos...
Sempre fui assim, apresentando brinquedos uns aos outros na intenção de que ninguém (pois para mim eram como gente), ninguém mesmo, ficasse só.
Para a minha surpresa, outra mudan;a apareceu no meio do caminho.
Chorei por muitos dias quando me dei conta de que a Bonequinha e o Pierrot haviam ficado para trás.
Acreditando no que me diziam as pessoas para quem contei essa história, passei a crer que nós cumprimos cada qual o seu destino. Os dois estariam juntos como eu pensei que ficariam e eu deveria estar feiz com isso apesar de não vê-los mais para verificar se estavam bem, ou para secar com eles as lágrimas que tantas vezes eu derramei no escuro de um quarto sem sentido.
Realmente não há como prever quando se está vivendo um momento inesquecível, nos damos conta apenas quando aquilo vem na memória e chega a doer as saudades tantas que sentimos.
E foi assim, que apesar de eu ficar sozinha, a Bonequinha e o Pierrot viveram felizes para sempre, apesar de eu ainda não saber o que para sempre quer dizer.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Adeus ano velho ?

Será mesmo que quando mudamos o ano deixamos para trás tudo o que vivemos no tal ano velho e começaremos a tal vida nova prometida pelo ano novo ?
Eu nunca fui a pessoa mais desprendida do mundo, por isso, nunca me desvinculei do que vivi em um ano quando comecei a alterar o calendário para outros digitos ...
Nada me faz perder o que eu passei, o que eu sofri, o que eu sorri, nenhum ano é igual ao outro e por isso eu carrego comigo ano após ano tudo o que fui nos anteriores, talvez por isso a cada primeiro de janeiro, já estou fadada ao cansaço durante mais um ano inteiro.
Neste ano em especial, farei a tentativa de abandonar pelo menos o que já estava dado por encerrado antes mesmo que eu chegasse a dezembro.
As amizades que eu perdi, as oportunidades de dizer o que eu sentia , a oportunidade de trabalhar em qualquer outro local que não este em que passei de março a dezembro me doando tanto para ser dispensada , o fracasso de acreditar em coisas e pessoas que não deveria , tudo quanto me fez mal durante um dois mil e nove aberto a minha mudança de olhar, meu jeito de falar.
Ganhei porém coisas boas, estas sim, levo na bagagem para o dois mil e dez que não será novo, em que não prometerei perder dez kilos, em que não vou jurar ser mais cautelosa, porque eu sou a mesma , seja lá qual ano for, as vezes mais madura mas as vezes insegura, as vezes mais cosciente as vezes mais inconsequente.
Vez ou outra apareço por aqui e releio o que eu postei, surpresa maior é saber que meu modo de delinear a vida e meus dias é basicamente o mesmo, da primeira a última postagem são poucas as vezes em que denunciei uma felicidade imensa e dias atrás uma pessoa muito querida me alertou que ser assim tão triste acaba afastando as pessoas que é lógico, querem a sua volta as melhores energias e não uma fonte negativa, tornando a minha incerteza menos incerta , e dando a minha mente uma clareza doída de que, não importa se você é você , se eles sao eles, se não se diz não se incomoda com o que dirão os outros.
Sai ano, entra ano, é impossível agradar à todos, o clichês me consolam, e mesmo que eu deixe neste ano a experiência de ter escutado de alguém tão importante pra mim sobre seu cansaço de me ouvir sempre deslizando entre uma angústia e outra, no próximo ano, tornar-me-ei mais feliz, quem é que sabe? Sei que tanto faz, levarei comigo a cicatriz de tudo que vi e ouvi , todos os anos, se não como lembranças como experiência, como um recado pra mim mesma de ser como Chaplin , corrindo até quando a dor me torturar, porque talvez eu precise mesmo chegar ao ponto do prazer para aliviar a dor, ao ponto de casar meus olhos com a alegria das crianças esquecendo um pouco das minhas responsabilidades, me responsabilizando menos com tantas ajudas e tantas horas dedicadas á algué'ns' que não eu.
Quero sim que o ano novo venha a nós com todas as boas novas, mas não quero perder a chance de dizer que tudo o que escrevi, tudo o que vivenciei estará guardado em mim no próximo do próximo ano vindouro e seria hipocresia se eu disesse que não, e eu posso ser estúpida em não saber estar sozinha e depender do alô de alguém me dizendo que as coisas vão se acertar, mas não sou hipócrita , e disso, ah disso, eu tenho bastante orgulho.
Então, vamos aos boas festas e saúde , bla bla bla e que venha o tal 2010 !

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Eu sou ...

Eu sou um poste, em que se apoiam para resolver problemas pequenos como amarrar um sapato.
Uma esquina distante onde namorados apaixonados com relacionamento às escondidas se encontram.
Sou um ponto de ônibus, pessoas passam por ali todos os dias mas não se importam com as mudanças a menos que isso interfira em suas vidas, como retirarem a cobertura que só se percebe a falta em dias de chuva.
Sou a sós, um pronto socorro, um porto seguro, uma desculpa qualquer.
Acho que há dias em que sou sol em dia nublado, uma nuvem me encobre e não posso brilhar.
Sou um dia de domingo que todos curtem mais lamentam porque é dele que se recobra a consciência da segunda-feira.
Sou assim, sou de outra maneira, sou mais os outros que eu, mais nada.
E vou sendo, sem ser.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Mais um três de novembro

Hoje seria um dia ainda mais especial se você estivesse aqui.
Neste ano bem como no ano anterior eu não sei pra onde telefonar e é fato que continuo ótima em decorar os números das pessoas mas quando se foi, não deixou se quer uma caixa postal pra que eu pudesse entrar em contato.
Fica sem você há algum tempo é sempre dor e em dias como este a dor fica quse insuportável, eu juro, quando eu descobrir outra maneira de descrever isso, o post será menos tenso, por ora, é que o posso fazer... Escrever.
Escrever como me recordo todos os dias de você, como me acordava, tudo o que me disse ao longo de toda a minha vida.
Escrever que não foi para você que eu contei uma das coisas mais especiais da minha vida nos últimos meses porque infortuniamente não estava aqui quando voltei de viagem mas, foi em você que pensei quando me senti diferente no dia seguinte bem como é em você que penso a cada mudança que ocorre na minha vida e a falta que sinto de chegar e ouvir "filhota, me conte tudo, não me esconda nada"...
Esteja onde estiver, continuo te amando, sempre te amei, sempre vou te amar, daqui até o céu, ida e volta.
Parabéns pelo seu dia Mamá. Miss you.